sexta-feira, 30 de outubro de 2009

XXI Vampir

Chega! Chega de vampirismo! Já estou por aqui com esse revival pós-moderno de vampirismo light. Light, porque é sem sangue e não tem putaria. E todo vampiro que se preze bebe sangue e come donzelas!
Esses contos “lunares”, “crepusculares” de vampiros que andam no sol, já sendo isso um absurdo, eles brilham feito diamantes ao sol. Também sofrem de dramas existenciais e crises de identidades típicos dos dezesseis mesmo tendo mais de 200 anos de existência sinistra e cadavérica. Que não querem morder o pescoço da sua donzela, com medo de perder a virgindade, de cair nos pecados da carne. Além deles não caírem com a boca nos pescoços alheios eles não tem nomes dignos de vampiros. Eu não confiaria num Edward, você confiaria?
Pra mim vampiros tem de ter nomes difíceis e enrolados, que só de falar já dão medo, nomes com influências diretas do francês, do russo e quisá do romeno! Eu citaria exemplos, pensei até em criar nomes vampírico, mas não há exemplo melhor do que o mais famoso deles o Vlad III, o Empalador. Sei lá, o cara é medieval ou até pode ser da década de 1920, mas que este tenha um pseudônimo ou uma alcunha medieval!
Ultimamente os morceguinhos estão sendo ridicularizados em praça pública. Pois as pessoas tentam humanizar de uma forma banal e um tanto americanizada uma criatura que tem origens feudais, se é que não bíblicas! Querem humanizar os verdadeiros libertinos. Essas coisas não deveriam acontecer.
Afinal, o que é um vampiro? Pra mim o vampiro é um paradigma medieval, ou até mesmo bíblico, que serviu durante a Idade Média para conter os cidadãos através do medo do inexplicável e parar dizer que só a religião e a fé poderiam responder certas coisas. Para mim, esta foi uma das ferramentas para manter os cordeiros dentro do cerco, talvez não a mais expressiva, até porque algumas milotogias já falavam sobre isso. Ou então o vampiro foi pego de alguma mitologia européia, posto como um modal pela Igreja para instruir o medo nas pessoas e explorado pelos literários em meados do século XVII até então. Transformando-o em um forte paradigma que desperta tentação e repulsão, o transformando no amante imortal transtornado, mas que não perde a pose e que não foge de uma boa briga e de uma boa conquista e que ama sangue!
E se acontecem é porque um bando de menininhas vêem nestes vampiros idealizados a fugacidade de seus mundos sem sentimentos e sem romantismo. Bando de otários cheios de clichês mela cuecas e desajustados. Há de se convir que isso realmente sempre possa ter acontecido, mas só que não como agora. As pessoas desconstruiram o vampiro e tem a audácia de dizer que aquilo é um imortal bebedor de sangue. Admito que não li, mas vi o filme, e do muito que vi não gostei nem um pouco. Talvez sejam preconceitos preconcebidos, mas certas coisas eu não posso mudar (como o caso deu não gostar de Paulo Coelho), não é que eu não aceite mudanças, gosto de mudar, mas certas coisas eu não mudo, prefiro viver no senso comum destas beiradas da sociedade. Retomando, o mundo é frio, cruel, e os vampiros são maus.
As pessoas sempre fazem isso com os grandes malditos, os tornando bons selvagens, bons cristãos, cavaleiros medievais e românticos idealizados. É uma total asneira da sociedade tentar entender com os olhos de hoje o passado, quer dizer, com os olhos mal instruídos um passado já concebido e complicado. Não adianta idealizar os malditos, nem os tornarem membros do AA, muito menos da bíblia, ou capitalizá-los. Piratas, cavaleiros medievais, libertinos, celtas, vikings, romanos, espartanos, ninjas, samurais, maias, zulus, maoris, etc... Todos têm seus altos e baixos, se eles eram ruins eles tinham suas razões, ou se eram bons também tinham tais razões. Não se pode olhar o passado com olho do futuro, você tem que os compreender dentro de suas respectivas épocas e sociedades, para poder entender os hoje ditos “malditos” e também “heróis” . Tentam “humanizar” estes que nem que fazem com os vampiros. Essa dita “humanização” desumana, indecente, imoral, anacrônico só mostra o lado mais fraco do ser humano: o de não querer aceitar as coisas como elas são!

Ego!

Uma vida boa para mim é: poder ir ao Taj Mahal, poder ser a sua irmã (se você quiser, se você estiver precisando de um amante), poder ser um factótum, poder ser um anjo da gula. Tentar ser um filósofo pitagórico, tentar ser um historiador marxista, tentar ser um jornalista impessoal e extrovertido. É poder todos os dias escolher que personagem ser que papel tomar no teatro da vida. É poder escolher o uísque e a água, ou os dois, juntos, porque não? Uma vida boa nunca é vaga, é sempre cheia, cheia de coisas, mulheres, poesias, músicas, cervejas! Ter uma vida boa é difícil, tentar tê-la não é impossível. Não quero que este texto lhe faça refletir, pois este texto já é um reflexo de uma alma gorda. Ser gordo é mais que viver comendo ou comer vivendo, mas sim tentar ser bom em tudo, ou pelo menos tentar fazer tudo! Ter uma alma de gordo é saber apreciar a vida de uma ótica mais redonda, onde tudo volta para tudo, pois tudo é composto por tudo e tudo tem tudo. Ter a alma gorda é tudo, é tentar tudo, saber tudo. Depois de muito tempo eu consegui achar a palavra que faltava para explicar o que é ser gordo, a palavra explica tudo — pelo menos para mim.
— Ser gordo é ser um factótum!

Cerveja, Política E Furacão

Já era... Nosso lindo paraíso continental cheio de diversidades culturais está cada vez mais indo mais para o brejo ou para o fundo do poço ou as duas coisas juntas. Sempre tivemos os políticos, os espertinhos, os franceses, os americanos, os portugueses, os defensores públicos, os garçons, os gigolôs e por fim os empresários sempre nos roubando. Estamos bem cascudos contra as artimanhas desses filhos das santas, mas acho que ainda não estamos preparados para a revolta da natureza.
Cuja tal vem nos atochando com uns certos furacões, tremores, quisá uns tsunames, aqui e acolá. Nós somos marrentos mesmo, mas acho que não deveríamos sofrer destas coisas da natureza. Tudo bem! Temos culpa no cartório sim, nós poluímos muito, desmatamos, sujamos nossos mares com óleos negros e com lixos, roubamos faunas, acabamos com praias virgens transformando-as em dignos bordéis de nenhuma estrela. Não fazemos por onde, nossas ações benéficas, filantrópicas, são muito pequenas em relação ao que já destruímos de nossa natureza, desde nosso início e o que se intensificou nos últimos anos.
Não somos os únicos que acabam com a natureza, os outros também o fazem, em maiores proporções, e pagam com diversas vidas por isso. Mas cá entre nós, já sofremos muito com os corruptos e corruptores brasilienses, esses seres já deturpam muito a nossa existência e ter que sofre desses “atentados” naturais já seria demais para nós. Até porque somos muito cascudos, quando chegam esses desastres ficamos mais moles que clara de ovo.
O outro presságio do apocalipse que chegou aos meus ouvidos recentemente é que a cerveja vai piorar também. Os oráculos me falaram de coisas que me deixam muito triste. Que a Ambev irá lançar mais cervejas de alto consumo, cervejas de massa, ou então cervejas populares. Na verdade eles estão fazendo uma cerveja mais ao gosto do consumidor, eles conseguiram abrasileirar a já abrasileirada cerveja brasileira de alto consumo. Não posso chamá-las de merda, pois ainda as consumo, ainda não tenho dinheiro para me embebedar de Chimay Grande Reserve, mas posso chamá-las de “quase-cervejas”, pra mim é esse tipo de vetor social que faz abaixar o nosso IDH!
Porque quase sempre as coisas vêm em três, quase sempre as coisas ruins vêm em três (queria eu três pares de boas pernas na minha cama). Políticos sem papas na língua, a natureza com raiva e “quase cervejas”. Se esse for o nosso futuro, ainda prefiro votar no cyberpunk comportado e rotineiro de deflagrações multinacionais, atmosfera poluída e cerveja padronizada.

Barrado Pro Bastardos

— Duas meias pro Bastardos Inglórios! — Disse eu a moça da bilheteria do cinema, com uma voz firme e forte.
— Carteirinha, por favor. — Pediu a moça, sem braço, da bilheteria.
Junto ao documento entreguei o dinheiro também. A moça olhou, olhou, sussurrou alguns números — noventa e um, vinte e cinco, dez — por um acaso eram os números da minha chegada ao mundo. Ela fez contas, elocubrou e por fim disse:
— Senhor, você não tem idade para ver esse filme!
— Porra, mas eu faço dezoito só daqui a duas semanas! E até lá o filme vai estar com certeza fora de cartaz. — Puto estava eu, mas me controlei. O melhor foi a cara de desprezo dela, tipo um: “foda-se” como e “eu com isso”. Além de não ter um braço ela não devia ter coração, ou talvez tenha um coração tão diminuído, reprimido e ofendido por anos de xingamentos e preconceitos. O legal é que todos esses anos de encruamento do coração dela vieram com aquele olhar de menosprezo e reprovação acompanhados por suas grossas sobrancelhas erguidas. Fiquei meio que rendido, a única resposta, coerente a situação, fora:
— Tudo bem... Eu posso conversar com o gerente? — Falei meio que cabisbaixo meio sem emoção, me preparando para enfrentar o chefão.
— Pode! Ele esta ali ao lado! — Apontando com a sua cabeça o gerente que estava numa das outras bilheterias. Ele devia ser mais gordo do que eu, moreno, parecia um árabe, devia estar pela casa dos cinqüenta e sete, tinha cara de certinho, dava para ver pela sua barba bem feita, pelas suas roupas bem ajeitadas. Ele estava esparramado a cadeira me encarando. Fui até outra janela de vidro, cheguei perto daquele fone escroto para me pronunciar com o sujeito:
— Boa noite! — Disse eu, ele respondeu acenando com a cabeça. — O caso é o seguinte: eu queria ver Bastardos Inglórios. Só que eu só faço dezoito daqui a duas semanas... — Tentei fazer uma cara de desespero, mas pela resposta dele acho que não deu certo.
— Só com dezoito completos! — Disse o árabe.
— Mas eu estou no mês do meu aniversario! Só faltam duas semanas! E com certeza até lá o filme já vai estar fora de cartaz...
— Só com dezoito completos! — Disse o sarraceno me cortando a fala.
— Porra, que coisa escrota! — Falei meio puto.
— Regras são regras! — Dirigiu-me o gerente com o tom forte, tentando-me por de volta aos eixos.
— Tá bom, mas eu poderia lhe mostrar outra visão, para você me deixar ver o filme?
— Claro! Vamos lá, me convença! — Me mostrando um sorriso cheio de maldade, lançando-me um olhar de reprovação.
— Bem, começo eu dizendo que entendo a razão pro filme ser dezoito anos, talvez seja pelo exagero de violência e sangue usado com maestria pelo Tarantino, coisa que já lhe é comum em muito de seus outros filmes. Mas não consigo achar isso tão pior do que os tiros que ouvimos todos os dias dos morros e das favelas. Então, a meu ver, acho que a cidade do Rio de Janeiro, assim como as outras grandes cidades com alto nível de violência e criminalidade, deveriam ser inadequadas a menores de dezoito anos? Pois nós já vivemos o que vemos nas ficções através das películas trazidas pelos cinemas, DVDs e internet. Ou então deveríamos censurar os meios de propaganda e informação que vinculam a violência a nós? O que tu achas pior a nossa realidade violenta ou uma ficção violenta? Acho que pra você deva ser a ficção, pois a realidade é incensurável. Também entendo que regras são regras, mas às vezes até um juiz concede a não acusação a alguns em detrimento da sua boa defesa. Regras existem para nos auto-regularmos, só que a flexibilidade dos regulamentos também deixa os cidadãos felizes, pois se todas as regras fossem seguidas à risca ninguém poderia ser feliz pelo menos uma vez na vida. Alguma vez em sua vida você não fora barrado? Essa é a segunda vez que o meu acesso à cultura me é impedido por causa de não ser apropriado a minha idade. A primeira vez foi no show do Motorhead, e segunda foi, ou será agora, não podendo ver o filme de um diretor o qual eu gosto muito. É uma situação chata, pois o acesso à cultura nesse país já é para poucos, pois é cara e de difícil acesso. E agora tu queres me limitar deste acesso, há duas semanas deu atingir a maioridade, mesmo sabendo que vivenciamos coisas piores, e que nada vai mudar em mim daqui a duas semanas! E que este filme não irá mostrar nada que me deixe abalado por nunca ter visto ou que eu já não tenha visto coisas iguais; e mesmo sabendo da flexibilidade que um juiz concede a um indivíduo que fora erroneamente culpado. E agora tu, meu atual juiz desta corte, que veredicto tu pretendes me dar?
Um tanto surpreso, chocado, o mouro assim disse:
— Quatorze reais! — Eu lhe entreguei o meu dinheiro, ele me entregou os ingressos, lhe dei um “boa noite e muito obrigado” e fui me embora indo ligar a minha amiga.
Sei o que você deve estar pensando, esse gordo é o cara, ou nossa como ele conseguiu falar tanta asneira em tão pouco tempo, pois bem para sua alegria ou infelicidade isso não aconteceu. Pelo menos toda essa dialogação socrática que gastou de toda a minha retórica não aconteceu. A minha história acabou falando com gerente e vendo que não daria em nada gastar todo o meu latim com ele. Com isso fui à livraria e entreguei o meu dinheiro cultural à outra cultura. E segui numa sexta feira chuvosa até o bar a fim de beber eu, a minha amiga e o Bukowski. Ela me sacaneou, riu de mim, eu a mandei para aquele lugar inúmeras vezes. A cerveja foi boa, a companhia dela idem, dada a hora dela, ela partiu a casa dela, e eu a minha com a minha cultura em mãos.
Minha noite terminou com eu defecando e discutindo com o Bukowski, não estava mais tão nervoso, não estava mais tão puto da vida. Olhei pelo lado bom, pelo menos falta pouco e como todo bom carioca eu dei a volta por cima.

PF Da Nação

Primeiramente é necessária, do leitor, a perfeita compreensão do termo PF. Se você não é freqüentador desse círculo boêmio acho complicado da parte de vossa eminência entender o que é este clássico temo usado mundialmente por bares e pé sujos da vida.
O termo PF é uma sigla que tem origem da antiga sigla latina CF (catillus factum), que em posteriori sofreu inúmeras derivações do italiano ao espanhol passando pelo inglês até chegar ao português. E com esse breve intróito sobre as raízes etimológicas desta sigla podemos concluir o seu atual significado.
Esse é o tal famoso prato feito! Grande prato grande que nutre a base da nação brasileira. Composta por trabalhadores liberais da engenharia civil, os chamados peões; profissionais liberais da educação, os heróicos professores sem dinheiro e com pouco tempo para refeições; alunos nem ou pouco liberais com fortes ideais esquerdistas e com pouco de dinheiro no bolso; passando por outros trabalhadores, patrões, policiais e camelôs.
Acho que essa cultura do PF esta inclusa dentro da cultura do pé sujo. Pois duas verdades incondicionais, inalienáveis e incontestáveis são: todo pé sujo que se preza além dos pratos típicos (ovo colorido, rabada, carne assada, cachaça mineira braba sem rótulo [o vulgo etanol “engarrafado” em uma garrafa de vidro fumée], entre outros elementos de comida típica e pitoresca), tem que ter o PF do dia; a outra verdade faz menção a qualidade e a quantidade do PF. Todo o PF é bom, digamos assim, comestível, bem temperado (mesmo que seja a rabo de rato e a assas de barata) e que todo PF tem muita comida. Não se pede um PF grande, pois seria um exagero lingüístico tanto como exagero alimentar — o PF não precisa de aumentativos, pois o PF é gigante por natureza.
Digo-te, caro leitor, que sou muito freqüentador de pés sujos. Que sempre que saio a fim de beber paro em uma dessas mazelas ordinárias com o fim de me deleitar em uma bela harmonização entre a clássica cerveja de alta consumação bem gelada e o quitute típico da espelunca. Isso é claro à noite, pois no meio do expediente peço para descer o belo PF do dia, quase sempre composto por muito arroz, muito feijão, carne ou frango moderado e com escassez de batata frita (cuja qual sempre a peço com maior ênfase dentro do prato, mais sustância na batata, meus pedidos quase nunca são atendidos, mas se eu pedisse arroz ou feijão, me trariam a panela pra eu raspar), e quase sempre me desintoxico da comida me intoxicando com o mijo capitalista avermelhado.
Acho que os PFs assim como as mulheres, são as soluções para os problemas. Pois se eu fosse o presidente deste país eu conferiria a todo cidadão o meu bolsão assistencialista chamado: Bolsa PF, assim o pobre comeria com gosto e o rico não roubaria por nojo! Pena que tudo na vida tem que ser relativizado, porque há de se descobri donde está o nojo burguês, se em um prato de escargot a cem reais ou num prato feito a base de arroz, feijão, bife e batata frita de oito reais? Talvez se o preço fosse invertido o burguês comesse o PF e o pobre continuaria comendo escargot, que na terra dele ele chama de caramujo e que lá é só catar do chão e comer... Quem tem fome tem pressa e também não tem nojo!

Dezesseis

Mais uma vez fomos tocados pelo nosso espírito festivo. Com a grande notícia do ano, que o Rio vai sediar as Olimpíadas em dois mil e dezesseis. Nossa foi realmente uma festa linda, Lulu Santos, Revelação e a bateria do Salgueiro, em plena praia de Copacabana. Sensacional, milhões de pessoas naquela quente e suja areia, festejando se embriagando e se esfregando com desconhecidos e conhecidos ao som do pagodão.
É incrível como as pessoas não perceberam que a vaselina foi posta paulatinamente para que o famoso Dezesseis toneladas entrasse apertadinho, mas confortável, para não haver reclamações alheias. Até porque o Quatorze já estava dentro dos bundões alheios cariocas e agora brasilenses.
Acho lindo essa visão romântica das coisas. Se o romantismo carioca fosse funcional, a gente já tinha barrado os nossos brothers of USA, e até mesmo os nossos fellows of Europe. Pena que esse gênero se acabou junto com o nosso saudosíssimo Brasil Império, junto de nossas esperanças de um novo Brasil; as quais já deviam estar a tempo enterradas em algum cemitério de nossa Confederação com os dizeres na lápide:
— “Aqui jazem as esperanças de um país tropical.”.
Não paro por aí! E digo mais: que se eu acreditasse no meu país eu ficaria muito feliz, assim como estão todos os meus concidadãos. Estaria vibrante, bobo, eufórico e satisfeito. Como eu gostaria de estar assim, mas não posso me deixar a mercê desta onda de festividades inconseqüentes e incandescentes, cujas quais me deixariam em uma grande galera sem velas com uma galera embobalhada, Deixando se levar pelo negro oceano da mídia manipulada. Por Netuno! Que chegue rápido o dia da ressaca destes pobres marujos, que eles se lembrem que a propriedade privada deles já não é mais deles, que o Estado já as coletou; que eles acordem deste sonho utópico de um Brasil cheio de verdadeiros deuses globais do esporte. Essa acrópole tupiniquim nunca sairá do papel. Os investimentos só saíram de um bolso para outros bolsos.
Mas o que adianta gritar essas coisas aos ventos até ficar rouco se ninguém vai me escutar. O lance mesmo é curtir o pagode e já botar a minha vaselina, pois quando entrar vai doer muito e muitos vão chorar.

As Rainhas Que Não Me Deram...

Sábado, luz baixa, mesa de forro verde, cinco caras, cinqüenta e duas cartas, uísque. O crupiê já havia dado as cartas, e também já havia aberto as cinco na mesa pros cinco da mesa. Estavam presentes à mesa: uma rainha de ouros, um sete de copas, um rei de espadas, um singelo sete de ouros e o bendito dois de paus. O jogo não estava muito bom. Dava parar ver pela cara desesperada dos meus adversários, mas para mim, estava ótimo, estava eu com duas rainhas na mão! A Rainha de Copas e a Rainha de Espadas. Raramente tenho a oportunidade de ter duas em minhas mãos, e com a terceira na mesa, piscando para mim. Estava ótimo faria um ménage à quatre na cama do chateou da Rainha do meu Coração. Empanturrar-me-ia naquele banquete real.
Há quanto tempo que eu não fazia uma trinca de Rainhas tão bonita com dois setes de penetras, estava alucinado por trás da minha máscara infalível de cachorro louco. Estava numa boa posição (bem por cima das rainhas), com uma boa condição monetária, na mesa e no banco; estava com uma ótima mão, estava excitado, não parava de dedar as minhas Rainhas. Fui com tudo até o final. Eliminei todos os quatros, só um teve a ousadia e a coragem de querer tirar a minha posição Real e Divina. O trono é meu! E só Deus pode me tirar! Sentia-me um Absolutista francês, todo prosa. E no final quando as cartas foram reveladas, senti minha cabeça ser degolada. Maldito seja ele, Danton! Robespierre! A Revolução eclodira a minha frente, aquele bastardo os outros dois setes que faltavam, o de espadas e o de paus.
Perdi tudo, reconheço isso. Fui deposto a força do meu trono, merde alors! A casa caiu de vez. E como Noel previu, realmente ouve barulho no chateou. Quando sai da mesa, a caminho do banheiro percebi porque eu perdi. Porque a Rainha de Copas me lembrou da última mulher que eu tive, da Alegria que eu tive, e a Rainha de Espadas me lembrou da espada que ela cravou no meu coração após me deixar. Uma ferida ainda aberta... Chegando ao banheiro, mijei, joguei uma água na cara, lavei as mãos, depois fui ao bar, bebi um uísque, e resolvi: ia ao samba, fui ver se acho uma outra Rainha que me desse... Sorte.

Rimas A Maranhense

Não me fales que só faz isto comigo, baby,
De grafia a aliteração
Tu bem sabes que adoro uma bela rima, baby,
E que amo uma insinuação
Se persistires em falar direito comigo
Eis que vou me apaixonar
Por tuas palavras eu bem já meu fui
Por teus verbos bem já estou
E por teus lábios...
Cá estou a lhe esperar
No corredor, no seu platô, com meu amor.

Arte À Preço Agregado

Há certas coisas que me deixam um tanto enjoado. Também quem mandou ser voyeur? Quem mandou se preocupar com os outros? Quem mandou você criticar a realidade?
O lance é que eu não entendo certas coisas da sociedade, como valorizar o artista por quanto ele tem no bolso. Eu não consigo compreender como as pessoas dão mais valor ao valor agregado da obra do que o próprio valor elementar da obra! E nisso a música pop sempre vai se atualizando, piorando, cheia de novos e eternos artistas que acabam ganhando mais dinheiro, os best sellers vão piorando e seus autores enriquecendo. Só que os artistas, estão pouco se lixando para os reles mortais, os quais matariam toda a humanidade por alguém que difamasse o nome do seu ídolo. De seu deus multimilionário com iates de dez mil pés, mansões de oitenta quartos, castelos na França, Ferraris, Lamborghinis, e mais todo o etc dourado e luxuoso!
Digo que é legal saber da vida dos artistas que você respeita. É legal saber o porquê da obra dele, o que o levou a escrever, ou tocar, ou pintar, ou atuar, daquela maneira tão singular e única que lhe chama a atenção e que desperta o fascínio de todos por ele. Mas avaliar a grandeza do artista pela sua conta bancária é pra mim, a coisa mais babaca e fútil que há! Até porque, partindo dessa premissa altamente capitalista, você nunca iria reconhecer grandes gênios da humanidade que muitas vezes viveram e morreram sem um puto no bolso. Até porque se tu gostas de dinheiro, de saber do dinheiro dos outros, sugiro que tu acompanhes o Ibovespa! Invista em estatais ou em grandes conglomerados, acompanhe a cotação do Dólar. Lugar de quem gosta de dinheiro é na Bolsa e não na Arte!

Aves Malditas

Tenho sofrido muito ultimamente. Acordo todo dia tranqüilo, no limite do possível, quando que subitamente sou atingido por um ataque sonoro o qual me deixa atucanado. É sempre na hora que estou eu tomando a minha bela xícara de café. Saibas tu que eu, in natura, não sou um cara muito feliz quando acorda, nunca fui e talvez nunca seja. Mas na medida do possível tento viver em harmonia até a próxima dose de cafeína. Só que isso não é possível, pois esse ciclo é sempre interrompido pelos gritos lamuriosos dos cantos dos passarinhos que são meus vizinhos, em especial do maldito Bem-Te-Vi!
Na verdade são vários desses bastardos que vem para me pentelhar. Acho que cantar perto da minha janela seja a boa, deve ser o pico deles sabes? Parabéns os passarinhos que cantam perto da minha janela, no prédio ao lado, são surfistas. Sensacional! Parece muito esdrúxulo, mas até que nem é tanto. Pense que os picos são os locais com as melhores ondas, logo o melhor local para surfar. Então vários surfistas vão aos picos esperar a sua onda na imensidão azul do mar que se encontra num perfeito paralelismo com o cósmico azul do céu. Então, partindo dessa premissa, o prédio que se situa vizinho ao qual eu moro deve ser o melhor local para se cantar, por isso que os passarinhos e os Bens-Ti-Vi esperam a sua vez para cantar, logo me infernizar.
É um porre, todo dia de manhã escutar essas pequenas formas de vida comemorando o seu viver. É bom por um lado, porque se eles ainda estão cantando quer dizer que eles ainda estão vivos, mas quando eles pararem de cantar vai significar que eles já não estão mais lá, ou seja, que a gente corre sérios riscos de vida. Seguindo analogamente, essa seria a mesma tática usada pelos mineiros, o passarinho morria pela falta de oxigênio — afinal nós vivemos em uma mina a céu aberto.
Mesmo sabendo de sua extrema necessidade e utilidade para a sobrevivência urbana, eu continuo não gostando deles porque além deles me tirarem o sono, a reflexão racional, eles me tiram a coisa essencial para a vida do homem moderno, o tédio.

sábado, 17 de outubro de 2009

Bala No Ventilador

Agora não há mais volta. A merda já esta a caminho do ventilador, a hélice deste já esta sedenta pelo dejeto. Não querer esconder o que já virou verdade, o Rio já virou guerra civil! Estamos no caminho de Ruanda com os nossos próprios Hutus e Tútsis (C.V., T.C., A.D.A., fora as novas facções dissidentes dos dissidentes T.C. e A.D.A.). Nossa guerra não é étnica, mas é de poder. Poderia virar étnica, mas não se pode fazer isso no Brasil antes de se fazer uma esterilização em massa, por essas razões a guerra pelo poder — das drogas, das armas, da vida — é mais fácil.
Não sei como eu sempre consegui dormi bem. Nunca havia eu prestado a atenção aos tiroteios, mas ontem à noite fora diferente. Estava tentando dormir a mais de uma hora, rolando de um lado e pro outro, daí vieram os tiros. Muitos tiros, de todos os calibres e formatos. Veio também aquela sensação meio que claustrofóbica de que aquilo estaria passando rente a minha janela, de que eu seria acertado e morreria como um grande alvo gordo. Entraria com forte peso para estatística. Aquela cena me tirou o sono, esperei os tiros acabarem, levantei-me bebi uma água, fui até o banheiro dei uma mijada, estava eu de pernas bambas quase que não acertei o vaso, joguei uma água a cara, me enxuguei, tomei mais um gole d’água e me pus de novo a tentar dormir. Quando estava conseguindo chegar ao país dos sonhos os tiros vieram e mataram as minhas ovelhinhas. Depois acho que voltei a me acostumar com a sinfonia metálica e cai no sono (até que o crime organizado atira com certa cadência, respeitando uma harmonia de timbres, deve haver uma boa regência por trás disso).
Quando acordei pela manha de sábado ouvi mais tiros, vi que eles haviam derrubado um helicóptero da polícia, que eles tinham queimado ônibus, que a comunidade em desespero fechou uma rua. Acordei meio chocado, meio Roméo Dallaire, parece que a tela de proteção que esteve sempre ali acabou de desabar, estava vendo a desarmonia a minha frente e as pessoas pouco se importando para ela.
Das duas umas: primeiro a violência é um comportamento tão natural do ser quanto ficar excitado (já dizia Hobbes: “o homem é o lobo do homem”), ou então a violência é uma coisa que já esta tão entranhada nosso ser que ela já caiu no senso comum. Talvez seja o misto das duas. Nós somos sádicos por natureza, rimos das desgraças dos outros, rimos de tiros e de explosões. Gostamos disso, achamos engraçado, até que o esquartejador bata a sua porta. Já banalizamos tanto a violência que ela agora nos banaliza, mostrando ser um sistema muito mais complexo e mais bem preparado do que imaginávamos.
Não deveríamos achar normal um cara matar o outro no meio da rua a queima roupa no meio de uma rua movimentada, se fosse no campo seria outra história. É normal morrer? De certo é! Tanto é que cada um só morre uma vez, é só esperar. É normal viver? De fato é! Então, essas coisas são normais, pessoas morrem toda hora, mas morrer por causa da violência não é uma coisa certa, nunca foi e nunca será. Quem ta certo o bandido ou policial? Mas quem é o policial e quem é o bandido? Depende do ponto de vista. No Brasil é tudo erro de base, a polícia só tem duzentos anos, então quer dizer que nos outros trezentos a putaria corria solta? A Falange Vermelha nasceu em plena ditadura quando os presos políticos ficaram encarcerados juntos aos presos comuns lá no Caldeirão do Diabo, na Ilha Grande, onde ambos os presos conviviam trocando conhecimentos, nisso os políticos ensinaram técnicas de guerrilha aos comuns, daí o resto é C.V. mesmo.
Hoje a bandidagem conseguiu materializar a grande metáfora das pessoas que estão na vala: eles tacaram merda no ventilador! Estamos perdidos.

sábado, 3 de outubro de 2009

Cabeça Cheia De Pensamentos Vazios

Anda nada tranqüilo; trabalha todo irritado. Trânsito, caos, farra, porre, cerveja, uísque, vodka, cachaça. Poker, Trinca, Full House, sem House. Putas, vadias, escuro... Boteco, Sinuca, Bola Oito. Rotina crônica, cavalos, bichos, ventilador de teto quebrado girando lentamente. Miles Davis, Chico Buarque, Motorhead, Buddy Guy, bateria, gaita. Mais cervejas, Brahma, Boêmia, Heineken, Duvel, Jack Daniels. Becos, Alentejo, sushis, bacalhaus, rocamboles, nhoques, pesticidas, iates, guerra eminente da América Latina, devassas ardentes. Lapa, Carioca, Largo do Machado, Ipanema, Irajá. Polícia, críticas, e mais críticas, sou criticado. Cinema, Kubrick, Coppola, Spike Lee, Billy Wilder, Oscar Peterson, Herbie Hancock, Magic Slim, Cartola, Bezerra, Tom! Mangueira, Sapucaí, Petrópolis, Berlim, Corona, Paulaner, vitrola com LP. Ensaios, Sócrates, Kant, sarcasmo, ironia, dor, amor, falta de consciência. Chapéu coco, óculos escuros, cara de mal, aparência cheia de pecados, meus demônios estão à tona — “sou um livro aberto com páginas bem viradas”. Tatuagens para se marcar e lembrar das dores do passado, das farras, barba por fazer. Cara de bunda com diarréia, olhar decadente, o cara não é valente, só se garante com a quarenta e quatro. Chuva, calor. Barca, ônibus, táxi, moto, banco, boteco, casa, trabalho, livro, CD, sem fama, viver noir, morrer noir, fama noir! Fim!
Espasmo, o braço moveu-se com toda a espontaneidade dada a uma ereção, o punho acompanhou com maestria os movimentos bruscos e suaves e a caneta cravou tudo no papel. Sem medo, sem coerência, sem, vontade, sem, te-são! Pirei por minutos, por segundos, por décadas, por séculos. Meu braço se auto elocubrou, acho que é castigo dado a quem escreve e pensa muito. As palavras estavam relapsas por causa de todo esse movimento afobado. Estavam guardadas pelo tempo dentro de uma mente desgraçada atordoada.
Se as coisas não fazem sentido, beba. Primeira dose, nada, talvez no terceiro trago haja alguma coisa. Estamos chegando lá. Talvez na décima. Essa não ocorreu. Escrever pensando bêbado ou bêbado de escrever? Assim é a arte, se a obra não fizer sentido, beba até achá-lo! Assim, a análise da arte de uma pessoa será sempre a sua arte, pintada por outra, chegamos à interpretação intrapessoal anfótera! Nessa linha de pensamento chegamos a grande questão da humanidade, a de que ninguém entende a obra como o próprio obreiro.
Chegamos ao cúmulo da velocidade, a falta da expressão. Ou será que chegamos ao cúmulo da modernidade, o fator que engloba a velocidade inexpressiva? Será o fim da dialética construtiva do passado, pois o meu presente é passado, ou seu presente é o meu futuro? Logo eu sempre viverei atemporalizado num vortex de obras paradoxais!
Se você não entendeu nada do texto escrito acima, sugiro que você veja um jornal pela televisão e tente se lembrar, após o jornal acabar, da primeira notícia dada pelo âncora. Depois releia o texto e de um grito de guerra tupi e taque o seu televisor pela janela. Defenestre o Rei!

BurreauKrátos

A ignorância burocrática de nossos meios governamentais, jurídicos, legislativos, médicos, policiais, realmente me assusta, na verdade me enjoa. Esse poder que emana dos escritórios é realmente muito intrigante, pois a burocracia é burocrata. Pois as divisões de poderes, com intuito de fazer um sistema de engrenagens verticalizado, que funcione como um relógio suíço, através da impessoalidade e a limitação de poderes de cada uma dessas engrenagens subordinadas numa sucessiva ordem de divisão de poderes e responsabilidades seria realmente um sistema bem interessante. Se antes a burocracia não emanasse de subservientes. É uma coisa perfeita para robôs que não tivessem chipes de emoções e de ganância, e que também não fossem ousados o suficiente parar tentar atirar a primeira pedra da luxúria na vidraça do caos.
Divisão de responsabilidades nunca dá certo. E isso é uma lição que as pessoas levam de casa, pois nunca dá certo com a divisão das tarefas do lar, o filho reclama, o pai se omite e a santa mãe faz todo o serviço nefasto, tudo culpa de seu sentimento maternal.
Acho que não conseguiria viver num mundo sem burocracia. Num mundo em que você vai ao banco resolver a questão da previdência e é bem atendido, vai ao cartório tirar toda a sua culpa de lá num piscar de olhos, vai ao hospital público e é bem atendido sem demora, vai a um restaurante e o garçom não demora parar lhe atender! Seria um realidade utópica, nada de filas, nada de juros, nada de caras feias, nada de problemas, mas como já disse Sócrates — “ Uma vida sem desafios não vale a pena ser vivida”.
Não deveria haver mais discussões sobre burocracia, também como hipocrisia, futebol, mulher, religião, política, efeito estufa, mas também não haveria mais conversas nem provas de vestibular. Ou então deveriam dar aulas nas escolas sobres esses “assuntos polêmicos” (as aulas de filosofia que ninguém dá valor). Porque se as pessoas já estivessem mais familiarizadas com esses termos elas não se assustariam tanto pela vida e não fariam mais perguntas inconvenientes e idiotas. Coisa que também nunca irá acontecer, pois o sistema educacional é tão burocrático quanto o Congresso. Povo burro é mais fácil de governar, quer dizer ordenar, pois ele não tem discernimento para retrucar coisas além de cerveja, samba e futebol (coisa que também não fazem direito, falta um pouco de virtù da parte da população). O sistema tarda, tarda, e acaba falhando; a corda sempre rompe pro lado mais fraco; a ocasião faz o ladrão; e mesmo sabendo que macaco velho não mete a mão em cumbuca, sei que cedo ou tarde a nossa burocracia o derruba.

Versos Singelos

Eu te levo pro bar e você nem reclama
Somos apenas amigos que nunca se viram em cama
Somente duas pessoas do sexo oposto que gostam de beber
E esquecer de suas vidas
Tento te levar a bons locais
Para beber uma cerveja ou ver um filme
Mas logo que me empolgo você me corta sutilmente
Reclamando das minhas moedas que são decadentes
Sei que estou longe de ser um bom amante
O que posso fazer, sou apenas um gordo cronista
Que se mete a escrever uns blues que no final viram poemas
Um cara que vive falando da sweet little girl you ain't never had
Não sei como ainda tu me aturas
Queria saber como tu me suportas
Só quero que você saiba que eu te amo
Te amo como amigo
Pois depois de tanto tempo que te conheço
Não quero te perder por um mal entendido
Confesso também que quando lhe conheci te desejei
E como já disse não gostaria de correr o risco e perder uma amizade
Prefiro terminar como você disse pra mim dia desses:
Eu quero mesmo é me divertir.

Conte-me

Eu sou babaca,
Mas você diz que eu sou bacana.
Você diz que eu presto,
Mas eu só quero te levar pra cama.
Eu digo, escrevo, canto coisas feias para você,
Você diz que são todas lindas
E diz que sente saudades,
Mas não sente as mesmas que eu sinto por você.
Eu quero lhe ver e te comer.
Você quer me ver, por ver.
Não agüento mais tanto tormento,
Tento te esquecer mais não consigo,
Se você não me quiser, fale sério comigo.
Não quero viver de falsas esperanças e de sobrevidas.
Só não quero sofrer mais!
Não deite com outro
Pra me deixar louco e para eu te odiar.
Se tu tiveres de deitar com outro
Antes me diga que não quer me amar.