segunda-feira, 8 de novembro de 2010

Um Prelúdio, Para A Fuga Do Nada, Que Me Lembra Você!

O carro passava.
A rua fedia (muito),
Mas isso não tirava
Nem destituía
A minha embriaguez cíclica.
Que ao longo dos anos
Só aumentava.
E eu, parado,
Do lado do poste,
Vendo o movimento belo das coisas.
Observando.
Como elas andam, agem,
Amam, vivem,
Tão rapidamente!
Coisas que eu não entendo.
Mas que eu crio fórmulas
Teses
Com as faculdades que me restam.
Em-bre-a-ga-das!
Já sou mestre no álcool!
E doutor em ressaca!
E isso me lembra que eu tenho que voltar a beber.
Isso,
Se eu quiser,
Continuar,
Não entendendo,
A nossa,
Tão,
Delirante realidade!
Isso se eu não quiser
Parar de escutar o lindo tango da minha existência
Que toca, abaixo, desse luar sereno.
Me lembrando do tempo que eu deitava
A minha cabeça sobre o seu colo,
Naquela grama,
Naquela grama verde!
Nós dois e umas garrafas,
Olhado pro céu e vendo suas cores.
Nós dois e umas garrafas,
Vendo as nuances dos nossos olhos.
Nós dois e umas garrafas,
Nos amando como dois cachorros em um poste.
Nós dois e uma garrafa,
Reclamando sobre a falta:
Do nosso amor, de reciprocidade, de romantismo,
De vida!

sexta-feira, 5 de novembro de 2010

Chineses No Metrô

Volto pra casa
Na terça
No metrô das duas.
Volto depois de um dia de amor,
Bebidas e selvageria.
Volto, cansado e feliz.
Volto para o meu porto!
Que me espera quentinho
E confortável.
Com um belo bife no prato.
Volto no metrô das duas,
Com chineses do meu lado.
Pego na sacola uma cerveja
E abro.
Bebo e penso no quê eles estão falando.
Para que estão gritando?
Pessoas normais voltam pra casa,
Ou vão para o trabalho...
Nesse dia dos mortos.
Eu,
Só estou esperando o fim.
Da linha.
O fim da cerveja.
E o início da rotina.