sexta-feira, 14 de agosto de 2009

(A Cidade) Lhe Devoras

Ser cidadão, citadino, cidadania, essas coisas todas, são as chaves para muitas perguntas. Parece bobo, e até papo de político, mas acredite esta é a real verdade do nosso existir, nós vivemos para a cidade e a cidade vive para nós! É basicamente um mutualismo, uma simbiose, pois sem o cidadão a cidade não vive, e sem a cidade o cidadão não vive.
Realmente parece muito estranho falar isso, mas é a verdade. Não é nem por causa do sistema, na verdade é uma questão humana porque desde quando vivemos em uma sociedade vivemos na cidade, e mesmo os que não vivem nela dependem dela, é muito difícil virar um ermitão, um lobo solitário, por isso mesmo que poucos conseguiram, e mesmo quando não há uma, nós a criamos.
Nós sustentamos o nosso grande Deus o nosso grande ídolo de concreto, asfalto e tijolo, nós o alimentamos com o nosso suor, nossas emoções, nosso rancor, nosso trabalho, nós damos tudo por ele, e ele tenta nos dar tudo de volta. Nós morremos por esse Deus preto e cinza, mas ele não morre para nós. E se nós o maltratamos, ele nos maltrata severamente, nos punindo, acabando com a nossa vida. A cidade é o caos, e nós amamos esse caos!
Faz parte de qualquer sistema, ele sempre estará lá, não adianta se esconder dele, pois a metrópole te persegue, ela acaba com o seu emprego, ela acaba com a sua vida, ela acaba com a sua alma, ela te devora por inteiro, acabando com a sua existência. Não adianta o lobo sempre vai estar à solta, esperando uma brecha na cerca para pegar as ovelhas, nem adiantar ter pastor, porque se ele bobear o lobo também o comerá.
Ela, a vadia, a leviatã, a santa, não precisa ter forma correta, pode ser errônea mesmo assim como o seu berço humano, os meios podem ser corretos, errados, não importa os resultados sempre estarão a seu favor. A provedora, a acolhedora, como toda senhora que se preze, tem o seu preço, tem que pagar para ficar, mas se não quiser pagar, tudo bem, mas se garanta pelas consequências. A monstra se alimenta de todos, todos tem o seu preço, e todos tem o seu valor, no final estas duas resultantes vão tender a zero, pois morto não tem preço e quiçá valor.
Ainda acha louco, e bobo? Se tu achas, por favor, para a sua salvação escute mais Nação Zumbi, leia mais Will Eisner, e veja mais Fritz Lang, só para citar contemporâneos do século passado. Cidadão informe-se, leia mais, veja mais, escute mais, abra os seus olhos para ver a realidade, ilumine-se! Ou tu preferes viver na cegueira imposta pela Metrópole?

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