quarta-feira, 4 de fevereiro de 2009

Meu Rio Ta Sujo, Mas Continua Literário

Eu queria saber por que não revitalizam o centro da Cidade, a Lapa, São Cristóvão, a área Portuária, todos esses locais que foram o começo da cidade do Rio de Janeiro. Realmente queria saber, pois esse descaso sobre o velho, sobre o antigo, tabela do espelho do subconsciente e reflete nas pessoas idosas. Parece estranho, mas não é, porque tudo que é velho é dado como lixo pela sociedade moderna começa com o desprezo histórico, de não querer saber do passado do país e nem se importar com a preservação deste e ai parte para o desprezo tecnológico, a questão de meses que diferencia os novos pros velhos equipamentos, e depois acaba no desprezo social, não fazendo nada para melhorar a vida das pessoas idosas, a única coisa que faz é chamá-los de terceira idade, para eles se sentirem incluídos dentro de um sistema corrupto e ordinário.
O Rio antigo é lindo, é belo, é velho, é triste, é feliz, é vida, é arte, o Rio antigo é um livro riquíssimo em crônicas do passado colonial e do presente atual. Imagine em quantas coisas já aconteceram dentro da Candelária, quantas confissões, quantas tragédias lusitanas que já aconteceram naquela instituição romana, quantas situações curiosas já aconteceram e continuam acontecendo na Mem de Sá, na Carioca, na Fonseca Teles, dentre outras.
O Rio é um livro de, mais ou menos, quatro séculos de crônicas e contos, romances e dramas. O Rio é uma cidade literária, sempre foi um ótimo cenário para filmes, imagina se o cinema já existisse, vários filmes do Woody Allen no Rio. A nossa cidade não seria assim, tão rica socialmente, um solo tão fértil cultural se não tivesse tido essa feijoada cultural e social na cidade.
Para se fazer um Rio de Janeiro é muito fácil, basta ter muita terra com índio, adicionar muitos portugueses, alguns ricos, corte, e alguns judeus, sendo a maioria burguesa e enteada da corte, bote também muito africano, pelo menos mais que a metade de portugueses, e todos sendo pobres, isso é o mais importante. Adicione água pra engrossar o caldo, misture bem e coloque pitadas de franceses, alemães, suíços e espanhóis junto do café do sal e do açúcar, esses temperos devem que ser a gosto, se não estiver bom, ponha mais do tempero a sua preferência. Deixe cozinhar na panela de pressão por quatro séculos e espere pra ver no que vai dar, essa etapa é a mais demorada por isso para agilizar o processo de formação do seu Rio de Janeiro, coloque no mínimo dois fatos históricos importantes do seu livro de historia a cada século. Também não se esqueça de colocar muito sol, e mar. Para servir coloque num prato fundo, cheio de hipocrisia e malandragem, beba antes uma cachacinha para abrir o apetite e beba uma cerveja para controlar a temperatura, e de sobremesa um brigadeirinho para tirar o amargo da violência e do caos urbano.
O que eu posso fazer, sou carioca, sou todo dia inspirado pelo caos rotineiro e o calor derradeiro, essa cidade é linda, mas não é bem tratada. E seguindo essa mesma linha de pensamento acabo com a minha duvida com uma serie de perguntas: se a cidade em si não é bem preservada porque deve se preservar o que é antigo? Se a saúde publica não é boa pra maioria das pessoas porque seria melhor pros idosos? Se o lado cultural da cidade não é muito abrangente porque seria mais bem direcionada para a terceira idade? E se o Rio não esta sendo mais maravilhosa, esta dando as costas para nos cariocas porque ele só salvaria os velhos, as flores, as criancinhas e os cachorros? Afinal o Rio não é Ben Jor, mas se fosse, agente tava melhor.

3 comentários:

  1. Demais Leo!!!
    Estava preparando um texto sobre o Rio também, agora fiquei até com vergonha!HAHAHA, brincadeira! Vou acompanhar teu blog desde já!valeu camarada!!

    ResponderExcluir
  2. Leco tú tá ficando bom nisso, garoto preferido da mummy!!!!!!!!

    ResponderExcluir
  3. Léo, esse seu texto sobre o RJ ta lindo em muito bem escrito, realmente, você falou sobre o que penso e achei linda a analogia que você fez de "Uma receita para criar seu RJ" , beijos.

    ResponderExcluir