terça-feira, 17 de fevereiro de 2009

Corta! Gordinho Morre Direito!

Rio de Janeiro, RJ, Tijuca, ou Andaraí, ou Grajaú, ou Vila Isabel, realmente não sei dizer qual bairro é o mais certo, pois a Rua Maxwell é muito extensa e pega todos esses bairros, eu acho. Como dizia, é uma grande rua e nesses casos tudo depende do ponto de vista, ou de referência, então o lugar que eu estou falando é bem na frente do supermercado Guanabara e do “hotel” Corinto, também é ao lado de uma pizzaria à lenha, também está no meio de dois postos da Petrobrás e está razoavelmente perto do Extra Boulevard e do Salgueiro.
Já se localizou? Mais uma dica, é ao lado do Mcdonald’s. Se achou agora? Se vossa senhoria não se achou, ainda, por favor, continue lendo esse texto ou se localize pelo Google Earth. Bem eu to falando do terceiro posto Petrobrás da Maxwell, o do meio, o que é ao lado do Mcdonald’s.
É o seguinte, acho aquele posto muito engraçado e americano, porque além da lojinha de conveniência do posto, tem um Domino’s, também tem um misto de Blockbuster com Lojas Americanas, uma fusãozinha capitalista básica. Acho que tem uma farmácia também, se não tem, deveria ter, pois ia faturar muito com Engov e com remédios contra infecção alimentar, pois o Big Mac e a pepperoni do Domino’s estão ali ao lado. Fora também os pivetes que residem por lá. Fora, que esse padrão de posto de gasolina com lojinhas, com aquela calçada bege mais pro branco é muito americano, californiano, para ser mais preciso. Sinto-me até um tanto ianque quando passo por lá, sinto-me canibalizado culturalmente, ninguém liga para um brasileiro virando estadunidense, na verdade até preferem e elogiam, ainda tenho minhas dúvidas se sofri canibalismo ou antropofagismo, não há nada a se fazer, é uma causa perdida.
Mesmo não sabendo como me devoraram, se foi com garfo e faca ou com as mãos, eu, Leonardo Alberto Pereira Dias sempre vejo a mesma cena quando passo por aquele posto a pé, picture it: estou eu lá andando normalmente, passando pelo posto, aí entra a câmera lenta e começa a tocar The Surfing Bird do The Trashmen, e quando a música está chegando no clímax, mais precisamente no início do refrão, um Maverick 72 preto para atravessado bem a minha frente, a música na verdade é quebrada pelo cantar do pneu. No seguinte momento fico com aquela cara de oração sem sujeito, sem entender nada, e saem do carro dois caras, um deles é um negão gritando - num sei o que num sei que lá motherfucker; e o outro é um branco caladão. Eles estão usando roupas normais nada de extraordinário, a única coisa incomum neles é que eles estão segurando respectivamente uma Uzi e uma Winchester, e apontando para min, tirando isso, são pessoas normais.
Bem, como era de se esperar eles atiram em min, o negão continua gritando motherfucker e o branco continua calado, e morro sem entender nada, com aquela cara sem expressão de morte e sem expressão de vida; pareço uma ameba boiando numa poça de sangue. Continuo sendo uma ameba até escutar uma voz dizendo:
-Corta! – e eu acordo assustado e vejo o Tarantino à minha frente, sentado na sua cadeira de diretor, ao redor vejo todo o pessoal da equipe de filmagem. O Tarantino se levanta e vem falar comigo:
- Gordinho, limpa o sangue e vê se morre direito! Eu quero ver mais sentimento!
O incrível é que isso passa num flash de sei lá, uns trinta segundos, realmente não sei, só sei que quando acaba eu já to passando pela frente da pizzaria mesmo, sendo enfeitiçado pelo aroma da lenha.
A moral mesmo é a seguinte, ia ser muito bom ter a segunda chance para morrer, ter o segundo take, e pegar o melhor, só para morrer sorrindo, feliz por ter recebido o lindo presente quente chamado bala, ou por ter recebido a visita da tal senhora, sossegado na poltrona de casa.

2 comentários:

  1. ah
    acontece comigo o tempo todo

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  2. mto booooa!!!\o/
    ja pro meio dela pensei: como ele vai acabar isso?
    respondeu a minha pergunta mto bem!!
    bom
    -CORTA! gordinho morre denovo
    obs:se eh do tarantino podia ser uma magnun 44

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