terça-feira, 31 de março de 2009

Juca, O Analista De telecomunicações

Era uma vez um analista de telecomunicações chamado Juca. Juca nasceu com uma grande maldição: nos momentos mais importantes de sua vida tocaria uma música. Ele recebeu esse nome por causa da música Juca do Chico, que tocava quando ele nasceu. Por um acaso, alguém tinha esquecido um rádio ligado dentro da sala de cirurgia.
Sua vida foi sempre difícil por causa desta maldição. Quando ele ficou apaixonado pela primeira vez tocou Exagerado; no seu primeiro dia de aula na faculdade, no dia do trote, tocou Welcome To The Jungle; em seu casamento tocou a Imperial March; na primeira vez que ele corneou sua mulher com uma profissional do sexo tocou Eu Não Sou Cachorro Não; quando ele se envolveu numa briga com o patrão tocou Eu Despedi O Meu Patrão, e por aí vai. Esse repertório já foi de Calypso a Miles Davis, parece que Deus revolveu escolher o Tarantino para ser o anjo da guarda referente à trilha sonora da vida dele. O engraçado é que sempre passa um carro de som, ou um rádio está ligado, ou até mesmo está passando um clipe na TV, é realmente constrangedor.
Juca já procurou por várias vezes especialistas de diversos campos, e áreas de atuação para tentar encontrar uma explicação. Primeiramente Juca foi procurar um psicólogo que disse nada coeso o suficiente para ser uma resposta; depois um psicanalista e nem Freud conseguiu explicar; foi a um pai de santo e este disse-lhe que era olho grande; procurou também cientistas que não concluíram nada de sobrenatural, disseram ser só o cúmulo do acaso da coincidência moderna e contemporânea de sempre ter um aparelho transmissor de altas freqüências nos locais que acontecem as situações.
Por causa dessa coincidência secular cotidiana de Juca, que não tem explicação, Juca foi forçado a pedir ajuda a pessoas erradas, começou a pedir dinheiro a agiotas, virou um usuário, agora Juca pode ser encontrado dentro de um manicômio, esperando o dia em que a sua última música irá tocar.

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