terça-feira, 3 de março de 2009

A Duvida, A Chuva E A Quarta-Feira De Cinzas

Todo carnaval tem seu fim, e o meu foi mais ou menos assim. Fui ver o bloco lá da VM, Vila Musical, o estúdio onde ensaio. O bloco tinha parado no Treze, um dos botecos da minha rua, o bloco tava animado, geral bebendo, batucando, cantando, dançando, tudo de bom. Até esse momento tava legal, pelo menos fora algo diferente do poker, que foi uma das únicas coisas que eu fiz durante o carnaval. É realmente uma coisa muito difícil ter vontade de fazer alguma coisa, mas ser impedido pelo fator vontade, sabendo que vontade é igual a dinheiro; a dinheiro, coisa que eu não vejo durar muito tempo na minha mão, isso tá se tornando um ciclo vicioso, ir do tudo ao nada em menos de cinco minutos.
Bem, aí lá pelas tantas, o bloco resolveu rumar até o estúdio, até porque acho que o dono do boteco não gosta muito de música, mas, ele deve ter faturado uma grana boa por fora. Aí, te falo que quando começaram a se movimentar, uns pingos d’água já começaram a se precipitar, ainda digo mais, deve ter dado uns quinze a trinta minutos até chegarem a pracinha que fica perto do estúdio. Mas foi muito engraçado o bloco andando no meio da rua, um bloco de no máximo umas trinta pessoas fechando a rua, geral torto e feliz, menos eu, D2 e o Surdo, pois nós sabíamos de alguma coisa.
Realmente sabíamos, pois logo depois do bloco se assentar lá no largo da Viúva, começou a chover, e a chuva aumentou muito rápido, a cena foi a seguinte: nós três debaixo da marquise de uma floricultura vendo o bloco brincar no meio da chuva e no meio da rua, para ser mais preciso na chuva e no meio da rua. E nós lá parados vendo as ruas encherem, rios a se formarem, sentindo aquele cheiro de maresia trazido pelo vento do mar, mesmo estando no meio do Grajaú.
Daí, nós revolvemos explorar perante os rios/ruas do Grajaú, mas não deu muito certo, a correnteza quase levou o chinelo do Surdo, e, a água doce meio salgado mais temperada de esgoto quase quebrou o celular do D2. Ainda bem que percebemos não muito cedo e nem tão tarde que não deveríamos prosseguir em nossa jornada, por isso, voltamos a estaca zero, ao nosso ponto de partida, o Treze, para esperar a maré descer ou a chuva parar e para também beber uma Original.
E agora estou cá para contar a vocês que perante mortos e feridos sobrevivemos a esta chuva torrencial carnavalesca, e depois de resolver todos esses problemas nos resta um maior ainda, o que faremos na Quarta-feira de Cinzas?

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