sexta-feira, 18 de dezembro de 2009

Cãe

Começa o sofrimento.
A agulha enterra,
Na terra do corpo,
Que agoniza e sangra
E grita calões,
Que não calam a agulha certeira,
Que golpeia a carne
Lateja!
Faíscas saem.
Dum corpo grunhindo,
De uma dor diferente,
Uma dor agradável.
O som do motor indesligável,
Produzindo uma obra de arte indiscutível.
O corpo quer chorar, mas não chora.
O corpo quer gritar então grite!
A alegria pela sua dor.
De uma alma em transe,
No som fustigante,
De repente vem o silêncio num rompante!
Uma voz agradável o tira do transe.
Um acabei foi o que ele disse.
Um amei foi o que o outro disse sorrindo!
E lá se foi emocionado.
Um homem com o coração reconstruído.
Levando em pele o nome de uma amor para sempre tido,
Um belo monossílabo:
Cãe!

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