segunda-feira, 13 de abril de 2009

Vida E Morte De Um Dois De Paus

A minha vida é muito difícil. Acredite não estou sendo melo dramático e tão pouco apelativo. O grande problema é que sou estigmatizado por certas coisas como: sou preto e o meu nome é Dois e sobrenome, de Paus.
Trabalho num cassino em Vegas. É um trabalho muito difícil, ninguém gosta de mim e todos reclamam quando eu apareço. Um dia alguém ainda irá me matar, se eu não um, antes. Às vezes, muito raramente alguns doentes ficam felizes em me ver, e às vezes, nessas vezes, eles até que conseguem se dar bem, fico muito feliz por eles. Mas o resto me odeia mesmo.
É um trabalho muito árduo. Todos aqueles viciados, aqueles vermes perdendo apólice da casa jogando, putas, que roubam os carros desses vermes que já perderam a casa para o cassino, velhos, que gastam toda a aposentadoria naquela merda. Finalizando, Vegas é a Disney suja, pois enquanto os pais deixam as crianças brincando nos parquinhos dos cassinos, estes mesmos me deixam levar embora a sua vida.
Não me sinto honrado com o meu trabalho, pois poucas são as pessoas que eu deixo felizes, poucas mesmo, sei que já falei isso anteriormente, mas é bom fixar essa coisa. Também têm o estresse adquirido pelo trabalho, todos aqueles spreads, washes e rifles me deixam com dor de cabeça. Malditos crupiês, as descriminações sociais, sempre me rejeitando, estão rebaixando a minha qualidade de vida, que já é péssima. Sinto que não passo dessa semana. Pelo menos tenho uma vida mais longa do que uma bola de tênis e mais curta do que um chiwawa, mas a minha grande sorte é acreditar em reencarnação, espero que eu nasça com um nome melhor.

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