domingo, 11 de janeiro de 2009

Chovia...

Chovia, eu bebia Coca, ode ao mijo capitalista, escutava as grandes palavras do Science, pra essa cena ficar mais bonita faltava eu estar sentado numa poltrona de couro verde, como um roupão estilo Hugh Hefner e tudo isso no meu escritório-biblioteca com uma lareira no meio do cômodo. Isso seria legal, mas eu não consigo me ver num local desses escutando Nação, talvez eu me imagine em Recife no meio da praia bebendo uma Brahma e vendo um bloco de maracatu de baque virado.
Voltando a realidade, chovia, eu bebia coca, escutava Nação e estava parado na frente do mico, quer dizer micro, parado, sem nada a fazer, sem nada a pensar, num vácuo. Parecia que tinha aberto um vortex atemporal na minha cabeça que levou embora toda a minha lucidez e compreensão das coisas mundanas e virtuais, simplesmente o vácuo em toda a sua grandeza integral.
O tédio reinou sobre o caos, mas o caos pairava no cômodo esperando uma brecha temporal pra fazer algo, a lei de murphy já não existia mais, pois tudo já tinha dado errado, era a chuva extra tropical vinda da faixa de convergência do atlântico sul com grande influencia do aquecimento global, a Coca-Cola, o mijo capitalista, o orkut, o maldito site criado por um cara de nome estranho que não tinha nada pra fazer e que não devia ter amigos, ele deve ter feito isso para se sentir integrado ao sistema, a mesma coisa que o governo faz com os velhos, os chamando de terceira idade, uma forma de eles serem reincluídos na sociedade, salve o neologismo.
O tédio é muito engraçado, pois ao mesmo tempo nos deixa cansados, e com aquela vontade de fazer alguma coisa, talvez produtiva como este texto que o senhor esta lendo agora. Às vezes eu imagino o tédio sendo um negão com uma camisa preta escrita em branco, fonte time new roman, tédio, em letras maiúsculas e em negrito. Isso pode ser incompreendido, mas eu to não ligo. Porque se pelo menos o tédio fosse assim muitas pessoas parariam com o autismo supremo criado por esse vácuo temporal, e falariam com o negão Tédio.
Chovia, segunda retomada do texto, então eu continuava naquele estado autoritário e repreensor cheio de aparelhos subversivos que estavam a criar um estorvo daqueles para acabar com aquele estado entediante que embreagava nossas almas e destruía nossos espíritos com discursos monótonos e positivistas, era como um bêbado no bar bebendo aquela cachaça amarga e fuleira, bebia aquela por falta de dinheiro mas se contentava com aquela fiel que lhe punha pra dormir todo dia onde em seu sonhos bebia champanhe e comia caviar, no final das contas tanto o bêbado quanto os aparelhos sonhavam com algo impossível pra eles e acabavam se contentando com aquilo, a contra gosto e com muita conformação.
Eu enrolei muito você, meu caro leitor, pra lhe disser que eu não tinha nada pra fazer, estava escutando Nação Zumbi e Chico Science, bebia uma coca gelada, estava a olha o orkut e chovia. Não tinha nada a fazer que resolvi escrever. E o melhor jeito de acabar esse texto vai ser com a palavra que eu comecei. Chovia.

2 comentários:

  1. mto boa a sua cronica so como ja disse antes no reveillon o final ta mto comercial...
    essa interaçao cm o leitor ta mto apelativa e faz assim parecer um blogueiro q necessita de atenção.

    mto boa do msm jeito

    ResponderExcluir
  2. Parabéns, parábens, Leonardo!!!! Chovem palavras do tédio, no tédio cotidiano.. Chove você nos seus textos e nossas mentes viram sol, pode? Pode.. Vou visitar sempre sua casa inundada de tédio e alma gorda de olhar o mundo com atenção e lirismo.. Parabéns, parabéns!! E, como já dizia a Legião, Tédio com um T bem grande pra vc!!!!!!!

    ResponderExcluir