sábado, 24 de janeiro de 2009

Casa Ameaça Cair

A língua portuguesa é muito rica em expressões idiomáticas e gírias populares, como toda boa língua deve ser. Mas às vezes essas expressões que passam batido por nós em nosso apreçado cotidiano fazem muito sentido, mas na verdade não tem sentido nenhum.
Uma expressão muito boa que se enquadra neste caso, tanto argumentativo como temporal, caso dessa semana chuvosa do feriado de vosso grandessíssimo padroeiro da cidade do Rio de Janeiro, salve Sebastião. Mas mesmo que isso seja lido depois dessa data não tem muita importância, pois seu fim é criticar uma expressão muito usada pela TV e por outros veículos comunicativos em qualquer caso seja catastrófico climático ou estrutural.
Caro leitor, estou cá falando da expressão que personifica um objeto que realmente não deve ser personificado, pois antes já foi mostrado pelo cinema que a personificação deste objeto seja por entidades maléficas, ou por antigos espíritos indígenas norte americanos ou até mesmo pela alta tecnologia hightech causa a morte do ator coadjuvante e grande possibilidade do ator principal chorar até o final do filme.
Eu estou falando da casa. A residência que todos temos, ou não. Estou falando da expressão mais esdrúxula já inventada e transmitida largamente pelos meios comunicativos, estou falando da clássica cena:
-Chove forte a três dias no Rio de Janeiro. – diz a adorável âncora na chamada e continua depois da vinheta.
-Na região serrana as estradas já estão congestionadas pela queda de barreiras e na baixada casas estão ameaçando cair.
É nesse momento que a maioria das pessoas fica com a dor no coração, com aquela sensação de: coitados vão perder a casa deles, e estes não interpretam coerentemente essa expressão, até porque ela já caiu na rotina e não parece grande coisa, mas pensa bem: uma casa gritando, batendo o pezinho, dizendo pro dono:
-Eu vou cair! Eu vou cai ó! Ta vendo, isso que da em não me pintar! Em não reforçar a estrutura! Isso que da não cuidar dos cupins! Eu vou cair! Já disse! Hoje eu caio! – imagine só o desespero do dono dessa casa a beira de um ataque de nervos, coitado.

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