terça-feira, 26 de janeiro de 2010

Por Um Papai Noel Melhor

Como sempre deixamo-nos levar pela “cultura de fora” (tida como melhor) e como de praxe, o Natal não seria diferente. Acho eu que teríamos que romper com essa cultura imperialista norte americana. Deveríamos começar com o maior expoente dessa doutrina, o Papai Noel.
Esse pobre coitado que lhe arrancaram as roupas verdes e lhe puseram a roupa vermelha deve estar até hoje traumatizado, pela tamanha violência que foi empregada nele. E a culpa é de quem? Da nossa linda e bela Coca, que fez um sensacional golpe publicitário, resgatando um cartoon do Thomas Nast o qual já empregara a sua concepção de Noel (um gordinho todo de vermelho e benevolente); acabando de vez com a idéia de roupas verdes e aumentando a sua lucratividade nos meses de inverno e no mundo.
A questão é ele foi baseado em São Nicolau, pois se diz que ele ajudava anonimamente pessoas com problemas financeiros, além de ressuscitar criançinhas, em suma, ele era o cara. Hoje vemos que o bom velhinho não é apenas um bom velhinho por querer, mas sim porque pessoas poderosas querem que ele seja. Isso não podemos combater, mas podemos tirar pelo menos aquela roupa de inverno dele aqui no Brasil.
Se em alguns países da Europa fazem isso, mantêm os costumes tradicionais, porque nós não podemos fazer? Então que sigamos a Europa! Aliás, o que em boa parte da nossa história nós fizemos de trajes finos e quentes até a “Paris dos Trópicos”. Uma observação: as pessoas não deviam suar no Brasil na época do Império e até metade da República Velha, deve ser meio que lamarquista isso, as pessoas pela necessidade pararam de suar em prol da utilização daqueles trajes ultrajantes nos trópicos.
Devíamos ter pena do Noel, o cara entrando nas casas brasileiras com roupas de inverno deve ser um incomodo tremendo, talvez seja por isso que ninguém nunca o viu entregando presentes no Brasil. Vamos por um bermudão nele, uma camisa social vermelha até tirar, reduzir o tamanho da barba e trocar o gorro por um chapéu panamá. Devemos construir a nossa tradição Natalina (já que eu não posso vencê-los me juntarei a eles, mas do meu jeito). Se o Noel banaliza a mente das crianças, ou se é a primeira porrada que a criança leva para aprender a não confiar no outros, ou se deturpa o espírito Natalino, realmente pouco me importa. Porque essa loucura não deveria existir, mas se existe, bem, que tenhamos uma loucura pelo menos mais razoável.
A outra coisa que se deve mudar no Natal é a comida. Deveria ser mais brasileira! Mais tropical. Pois bacalhau, pernil, lombinho, peru, tender, entre outras são comidas muito pesadas para o verão Natalino. Só sei que deveríamos procurar comidas mais leves e mais típicas, sem essa padronização e essa babaquice de querer imitar a ceia de inverno dos países do hemisfério norte. As pessoas têm o ano inteiro para comer nozes, mas não, em pleno verão os insanos querem comer essas malditas nozes!
No final das contas, teríamos que matar esse Natal comê-lo, absorver as melhores coisas, para enfim fazer o nosso Natal tipicamente brasileiro, ou seja, antropofágico.

Um comentário:

  1. Muito digno. E eu concordo com vc. Inclusive eu ficava naquele questionamento óbvio e simples de criança : será que o Papai Noel não sente calor com essa roupa aqui no Brasil? =D
    Gostei.





    p.s. novo poema lá.

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