sábado, 4 de julho de 2009

Suporte Para Pizza

Não sei o teu nome, mas sei tua função, sei o que tu és, sei para que tu serves, mas não sei o nome da tua profissão. Tu és pequeno, és de plástico branco, tens um corpo achatado e circular, não és gordo, e pode ter um buraco no meio, pode parecer com um falecido escuto português ou com um ativo krone dinamarquês. Tu te sustentas por três pernas finas e cilíndricas, teu trabalho é dos mais honestos e mais nobres do mundo, trabalho honesto mesmo, o problema é, que quem pede os teus serviços, pode ter um caráter duvidoso.
Ele acompanha o alimento mais amado do mundo, desde italianos mafiosos a policiais paulistas, não, não é a caixa da pizza! Mas sim o que há dentro dela. Não, não é a pizza! Sendo esta a mais importante, mas não menos importante do que um dos inventos mais fantásticos do homem: é aquele aparado de plástico que não deixa o queijo encostar-se à tampa da caixa, chamado genericamente pela empresa que o fabrica de suporte para pizza!
Este plasticozinho vagabundo é para algumas pessoas uma coisa vital e para outras ele nem é tão crucial. Eu não me importo muito, mas dou muito valor ao tal por ter essa função nobre e vil ao mesmo tempo, manter o apartheid entre a tampa da caixa com a pizza. Essa pessoa de boa índole, cheia de pensamentos literalmente centralizados, não deixa que a portuguesa caia de boca na calabresa, ou que as calabresas comecem um processo de expansão queijita, destituindo a sua territorialidade soberana portuguesa, literalmente chegando de ladinho na portuguesa.
Nisso tu ligas todo serelepe para a pizzaria, a atendente te atendes toda atenciosa e feliz, com sua voz sexy e sedutora, tu pedes uma calabresa gigante, ela da uma risadinha diz o preço ao mesmo tempo em que imagina coisas inapropriadas a menores de dezoito anos, você aceita, ordena, diz que vai pagar com dinheiro vivo, e esta mesma diz a você que a pizza chegara a sua residência por volta de trinta minutos; e tu ta lá: esperando a pizza, feliz e contente, botando o vinho na geladeira; nisto chega o motoboy com a divina, este não tão divino, um tanto cansado e abatido e puto da vida, este chegara rápido porque esta era a sua última entrega do dia, tu entrega-lhe o dinheiro e ele lhe entrega a pizza, você lhe deseja boa noite, fecha porta, abre a tampa da caixa da pizza e se depara com o caos, vê que a ONU não interviu pacificamente naquela guerra civil que acontecera entre as calabresas, tu ficas muito puto, mas comes, acompanhado do vinho chileno, tu acabas de comer, lavas a louça ainda com aquela sensação orgásmica, quando de repente, estoura a guerra quente em sua barriga, tu corres ao banheiro e acabas com aquilo, tomas um banho, vais dormir, tens terríveis pesadelos com a pizza, acodas puto de manhã e se indaga:
-Porque a pizza não veio com o maldito bagulinho de plástico?
Você se responde: porque Deus quis e porque a Crise quis. Nisso tu ficas mais puto, escreve esse texto em catarse, mesmo sabendo que não vai adiantar de nada o seu protesto fatídico e sabendo que isso não tem fim e que o mundo é um ouroboros, um ciclo eterno sem fim! FIM!

3 comentários:

  1. pq esse 'bagulinho da piza' não é obrigatorio??.. realmente sempre desencadeia numa guerra onde todos morrem afogados

    ResponderExcluir
  2. Léo vc come pizza bebendo vinho ?
    Legal.
    Muito legal. A melhor parte é a guerra quente que estoura em sua barriga.
    Isso tudo é culpa dos putos que não colocam aquele plástico trípede e tão bonzinho.
    Ótimo.

    ResponderExcluir
  3. cara, eu sempre quis saber pra q q servia aquilo lá... finalmente minha curiosidade foi sanada, pra ser sincero eu nem sabia o nome daquilo, uhEUHEhuEUHeuhE

    eu achei q vc fosse português =P
    independente, ótimo texto! sanou minha curiosidade

    ResponderExcluir